"Feministizemo-nos para:
1. Alargar a participação das mulheres na arena política, tornando-as vozes activas na mudança social;
2. Apostar na educação para a saúde, conscientizando para os efeitos nocivos de comportamentos de risco ao nível da sexualidade, dieta alimentar e consumo de aditivos.
3. Assegurar a vivência da sexualidade isenta de opressão, repressão ou coacção;
4. Banir o assédio moral e sexual das relações interpessoais, especialmente as de carácter laboral;
5. Circunscrever a violência física, psicológica e sexual contra homens e mulheres, promovendo a prevenção, educação e sensibilização dos indivíduos;
6. Combater a homofobia, transfobia, racismo, xenofobia, e misoginia;
7. Combater a selecção pré-natal do sexo dos bebés, ritualizada através do feticídio;
8. Combater o casamento forçado de milhares de crianças e mulheres;
9. Combater a feminização do HIV/SIDA;
10. Digladiar contra a reprodução dos estereótipos de género na publicidade e nos média, incentivando a feministização das práticas jornalísticas;
11. Educar para a erradicação do duplo padrão de sexualidade, que julga de modo diferente iguais comportamentos em função do sexo a que o individuo pertence;
12. Erradicar o patriarcado das sociedades contemporâneas, cultivando, ao invés, uma maior equidade e justiça;
13. Erradicar os crimes de honra (apedrejamento, ataques com ácido, espancamento, …) que vitimam milhares de mulheres;
14. Erradicar práticas culturais nocivas e extremamente violentas como a Mutilação Genital Feminina;
15. Exigir a reformulação dos sistemas judiciais corrosivos dos direitos individuais;
16. Fomentar uma distribuição justa nas tarefas domésticas, tornando as funções de housekeeper e childcare em incumbências de ambos os sexos;
17. Garantir o acesso ao sistema de ensino de rapazes e raparigas, promovendo a sua participação em espaços culturais e recreativos;
18. Garantir o acesso das mulheres à propriedade e ao controlo dos bens de raiz;
19. Libertar o corpo feminino das determinações políticas e sociais;
20. Nivelar as remunerações de mulheres e homens que desempenham as mesmas funções, fazendo singrar a máxima ‘salário igual para trabalho de valor equivalente’;
21. Pelejar contra a esterilização forçada e outras práticas reprodutivas ofensivas dos direitos das mulheres;
22. Pôr fim ao tráfico de seres humanos que escraviza milhares de homens, mulheres e crianças em todo o mundo;
23. Promover a participação equitativa de homens e mulheres no mercado de trabalho, garantindo iguais condições de acesso, formação, permanência e ascensão;
24. Recusar a transformação do corpo da mulher num instrumento bélico;
25. Reduzir a taxa de mortalidade materno-infantil, defendendo uma melhor distribuição dos métodos de contracepção, a despenalização do aborto, uma assistência médica qualificada e cuidados de obstetrícia;
26. …."
Assinar a Petição em:
http://www.my-cause.com/cause/feministizate
Ayatollah Seyed Ahmad Alam Alhoda, líder religioso iraniano, mostrou desagrado por uma mulher ser porta-bandeira do Irão na cerimonia de inauguração dos Jogos Olímpicos, em Pequim.
O líder religioso afirmou que "isto vai contra os valores islâmicos", acrescentando que "colocar uma mulher na liderança é dizer ao mundo que não somos pela promoção dos valores islâmicos".
Ayatollah Seyed Ahmad referiu ainda que "a presença de mulheres iranianas em eventos internacionais e sua exibição fora do Irão" vai contra estes valores.
A atleta que gerou polémica foi remadora Homa Hussaini, a primeira mulher iraniana a representar o Irão naquela classe desportiva.
"Tanto quanto me lembro, ouço a minha mãe repetir a propósito de tudo: «Que mal fiz eu ao bom Deus para merecer uma filha?». Esta frase tornara-se o seu queixume favorito. Doía-me ouvi-la.
(...)
Nascer do sexo feminino numa família muçulmana, e além de tudo argelina, orientara o meu destino nos primeiros momentos de vida.
(...)
— Mamã, porque não gostas de mim?
A minha mãe lançou-me um olhar de desprezo.
— Atreves-te a fazer-me essa pergunta! Como se não soubesses por que razão as mães preferem os rapazes às raparigas — respondeu-me ela, convicta da evidência da resposta.
(...)
— Bem vês, Samia, as mães não gostam de ter filhas, pois estas só
(...)
Nos países muçulmanos e de forma acentuada na minha família, ter um rapaz era uma bênção e, obviamente, o nascimento de uma rapariga uma maldição. A rapariga muçulmana nunca conhece a autonomia. Permanece, durante toda a vida, sob a responsabilidade de um homem. Depende primeiro do pai e depois do marido. Representa, portanto, um encargo para os pais. Esta maneirade proceder transmite-se de geração em geração, e a menina muçulmana acaba por considerar-se a si mesma uma maldição. Eu era, portanto, a maldição da família na qual ocupava o lugar central, entre dois irmãos mais velhos e dois irmãos mais novos.
(...)
O meu pai era um rico industrial que fizera fortuna nos têxteis e se interessava igualmente pela restauração.
Amina era a minha única amiga. Os pais de Amina também eram imigrantes de origem argelina, mas constituíam uma família pobre. O pai trabalhava na recolha do lixo.
(...)
— Mamã, por favor, conta-me o meu nascimento!
— Não há nada a contar. Foi o pior dia da minha vida! — respondeu ela, num tom irritado.
(...)
Num dia em que me encontrava em casa da minha amiga, o pai levou-lhe uma linda boneca de longos cabelos louros que encontrara num contentor de lixo. A minha amiga sentiu-se tão feliz que se precipitou nos braços do pai.
(...)
— Por que razão nunca recebo presentes do pai? Podia comprar-me alguns, para me dar prazer.
— Te dar prazer? E tu, alguma vez deste prazer ao teu pai?
— Sim! Porto-me bem e obedeço-lhe.
— Sabes o que daria realmente prazer ao teu pai?
— Não! Diz-me, por favor?
— Que tu nunca tivesses nascido — declarou a minha mãe, maldosa. Naquele dia, decidi pedir uma boneca ao meu pai.
(...)
Quando entrei na sala, o meu pai tinha os olhos fechados, e a minha mãe, ajoelhada, lavava-lhe os pés. Não era aquele o melhor momento para me aproximar, pois ele podia enfurecer-se e bater-me.Voltei para o quarto, a fim de lhe escrever o meu pedido: «Papá, gosto muito de ti e gostava de ter uma boneca. És o melhor pai do mundo!» Em seguida, fui esconder a minha missiva debaixo do seu travesseiro. Naquela noite, adormeci na esperança de que o meu pai me oferecesse a tão almejada boneca. Pouco depois, a minha mãe entrou bruscamente no quarto.
— Foste tu que escreveste este bilhete?
— Fui — respondi eu, meio adormecida.
— Que pretendes?
— Peço uma boneca.
— Esqueceste-te de que o teu pai não lê francês? Talvez a menina queira menosprezar o pai, agora que sabe escrever?
— Não, mamã. Julguei que o pai soubesse ler várias línguas.
(...)
Certa manhã, fui acordada pelos gritos de alegria dos meus irmãos. Levantei-me de um pulo e dirigi-me para a cozinha, de onde provinham as vozes. Numa grande excitação, anunciaram-me que iam inaugurar o novo restaurante do nosso pai. Como também queria estar presente, voltei para o meu quarto, a fim de me preparar.
— Que estás a fazer? — interpelou-me a minha mãe.
— Estou a vestir-me para ir ao restaurante.
— Não, tu não vais; só os rapazes têm esse direito.
(...)
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Ainda não tenho este livro, mas a vontade de o adquirir já é grande depois de ter lido o primeiro capitulo aqui.
Hoje é Dia da Mulher. Para muitos não fará muito sentido existir um dia dedicado à Mulher. Para mim, faz todo o sentido.
Desde os primórdios que a Mulher foi subjugada e maltratada, não tinha direitos, apenas deveres. Era como se fosse um objecto e não um ser vivo.
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Em outra época, estas linhas que escrevo seriam uma mera miragem, pois, as mulheres não podiam aprender a escrever, a ler e, muito menos poderiam ter opinião e expressá-la. Hoje, agradeço a todas as Mulheres que tiveram coragem de lutar pelos seus direitos e pelos direitos das gerações futuras (nas quais eu me incluo).
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Infelizmente, esta luta não chegou a todos os cantos do Mundo. Hoje, Dia da Mulher, persistem sociedades onde a mulher é impedida de ir à escola, é obrigada a casar com um desconhecido, é mutilada, é proibida de expressar os seus sentimentos e opiniões, é obrigada a esconder-se debaixo de um pano que cobre todo o seu corpo. A elas desejo um dia com o menor sofrimento possível, que tenham coragem, a mesma coragem que outras mulheres tiveram no passado e que levaram à emancipação do sexo feminino.
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Hoje, Dia da Mulher, agradeço por fazer parte desta sociedade, por ser livre.
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Não querendo fazer publicidade ao JN (mas já fazendo), gostaria de vos deixar algumas sugestões de leitura para o mês de Março.
Como sabem, neste mês comemora-se o Dia Internacional da Mulher e o Jornal de Notícias resolveu lançar uma pequena campanha onde os seus leitores podem adquirir quatro livros sobre quatro histórias de vida de mulheres que vivem em culturas diferentes da nossa, onde são subjugadas e maltratadas.
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Os livros poderão ser adquiridos aos sábados (dias 8, 15, 22 e 29 de Março) por mais €7,90.
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Deixo-vos aqui os títulos e as descrições que o JN apresenta:
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Dia 8 de Março: A Prisioneira de Teerão
"A história de Marina Nemat é de tirar o fôlego e relata o preço que uma rapariga iraniana teve de pagar pela sua liberdade...e pela vida."
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Dia 15 de Março: Dividida
"A história de Zainab Salbi , que tinha apenas 11 anos quando o pai foi escolhido como piloto pessoal de Saddam Hussein . A sua vida ficou marcada para sempre por esse facto. Descreve a tirania como a viu, através dos olhos de uma criança privilegiada, de uma adolescente rebelde, de uma mulher violada, e por fim, de uma figura pública que se esforça por vencer o dom que a manteve viva: o silêncio."
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Dia 22 de Março: Banida
Jasvinder Sanghera , oriunda de uma família sikn e que emigra para Inglaterra nos anos 50. Era a mais nova de sete irmãs, foi ensinada a considerar a população branca corrupta e perversa. Viveu numa casa que era um santuário da moral, onde as raparigas aprendiam a tornar-se mulheres obedientes, que tinham de desistir de tudo para servir os maridos, a quem o seu corpo era oferecido como parte do dote."
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Dia 29 de Março: Filha do Tibete
"Conta-nos a história de soname Yangchen e da sua luta contra a adversidade num país violento e perigoso. Descreve-nos a infância de escravidão, em Lhasa, até ao êxito de uma carreira como cantora de world music ', no Reino Unido - passando pelo encontro com Dalai Lama, nas montanhas do Norte da Índia. Este livro é um testemunho magnifico sobre a incessante busca da liberdade".
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Os vídeos que se seguem contêm imagens não aconselháveis para os espectadores mais sensíveis . Mas, se a sua sensibilidade não o deixa ver o que se passa à sua volta e em vários lugares do mundo ou até mesmo perto de si, cuidado! Pode ser que um dia deste o perigo esteja à sua frente, mas a sua sensibilidade não deixe vê-lo, aí pode ser tarde demais!
Tradução:
"Du'a Khalil, 1989-2007
Foi apedrejada até à morte na cidade iraquiana de Bashika, fora do Curdistão (Du'a era Curda), por se ter convertido ao Islão para casar com um muçulmano. Ela era uma Yazidi.
PAREM a tirania contra as mulheres!
Não se tem a certeza de que ela se tenha convertido ao Islão; alguns relatos dizem que o seu namorado muçulmano negou que ele se tenha convertido.
O incidente teve lugar em Bashika e foi filmado através de telemóveis e distribuído na Internet.
Durante o apedrejamento, que durou cerca de 30 minutos, podemos ver ver Aswad tentando sentar-se e pedindo ajuda, enquanto a multidão a insulta e ,repetidamente, lhe atira grandes pedaços de pedra ou betão para a sua cabeça.
Pode-se, de seguida, ouvir um homem dizer: "Matem-na!" em árabe. Por fim, um indivíduo aproxima-se e mata-a com uma pedra atirada à cara.
Foi depois enterrada junto com os restos mortais de um cão para, supostamente, demonstrar que ela não valia nada. A autópsia revelou que Du'a Khalil Aswad morreu devido a uma fractura no crânio e na coluna.
Em Erbil, capital da região Curda, mulheres e homens juntaram-se para protestar publicamente contra a morte de Du'a. A manifestação foi organizada por 90 ONG's e atraiu protestantes de fora da região Curda.
"O assassinato de Du'a numa prática conhecida como 'crime de honra' é uma tragédia para a sua família e para toda a comunidade no Curdistão. Não há qualquer justificação para este crime"- Governo Regional do Curdistão.
O Supremo Concelho Espiritual Yazidi fez uma declaração a 27 de Abril de 2007, na qual condenou o assassínio de Du'a descrevendo-o como um "acto brutal e abominável"."
As imagens da execução aparecem neste vídeo:
Du'a tinha apenas 18 anos.
Olá a todos os que têm visitado o meu blog!
Como devem ter reparado tenho publicado poucos posts ultimamente, o tempo não me chega para tudo, mas estou mais activa no meu outro blog.
No entanto, hoje vim cá para vos deixar um desafio: vou escolher duas palavras e quero que reflictam sobre elas, deixando a vossa reflexão aqui no blog.
E as palavras são:
- sociedade
- mulher.
Vá lá, deixem as vossas opiniões!
Pratibha Patil , tornou-se a primeira mulher a atingir o cargo de Presidente em toda a história da Índia . A nova chefe de Estado obteve 2.931 votos, frente aos 1.449 de Shekhawat , o candidato da oposição.
De referir que o sistema eleitoral indiano é totalmente diferente do sistema eleitoral do nosso país. O sistema de eleições presidenciais da Índia é formado por 5.000 legisladores e fechado aos restantes cidadãos. Utiliza o mecanismo de voto único transferível, com o qual cada eleitor tem a opção de votar em mais de um candidato, mas estabelecendo uma ordem de preferência.
O voto secreto de cada eleitor tem peso ponderado, em função da representatividade da cadeira de cada um, com uma soma total de 1.098.000 pontos.
No discurso à nação a vencedora disse que esta era uma vitória dos princípios do povo indiano.
Para a presidente do governante Partido do Congresso, Sonia Gandhi, este "é um grande momento para as mulheres, porque é a primeira vez que temos uma mulher como presidente".
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Fica agora a questão: quando se verificará esta situação em Portugal?
Hoje, dia 8 de Março, comemora-se o Dia Internacional da Mulher.
Será que todos sabem como se começou a comemorar este dia?
Para aqueles que não sabem: tudo começou com as reivindicações de operárias de uma fábrica de têxteis em Nova Iorque no ano de 1857, dando inicio à comemoração do Dia da Mulher em todo o mundo.
Estas operárias estavam revoltadas com as precárias condições de trabalho. Decidiram, por isso, fazer uma greve contra os salários baixos, o excesso de horas de trabalho, e contra as más condições da fábrica.
Durante essa greve deu-se um incêndio que causou a morte a cerca de 130 mulheres.
Mais tarde, em 1903, profissionais liberais norte-americanas criaram a Women’s Trade Union League, uma associação cujo objectivo era ajudar e incentivar todas as mulheres trabalhadoras a exigirem melhores condições de trabalho.
Em 1908, mais de 14 mil mulheres marcharam nas ruas de Nova Iorque reivindicando o mesmo que as operárias no ano de 1857, bem como o direito de voto.
Caminhavam com o slogan “Pão e Rosas”, em que o pão simbolizava a estabilidade económica e as rosas uma melhor qualidade de vida.
Mais tarde, o Partido Socialista norte-americano decretou o último Domingo de Fevereiro o Dia Internacional da Mulher.
Foi comemorado pela primeira vez em 1909 e pela última vez no ano de 1913, pois durante uma conferência mundial das organizações socialistas, decorrida em Copenhaga (Dinamarca), a revolucionária alemã Clara Zetkin propôs o 8 de Março como o Dia Internacional da Mulher.
De ano para ano, esta data passou a ser assinalada em todo o mundo dando estímulo à luta das mulheres pela igualdade de direitos. Além do mais, Março passou a ser um mês marcado por várias manifestações organizadas por mulheres:
Pois é! Graças a todas estas mulheres lutadoras que, actualmente, temos direitos, que temos voz. A elas um grande OBRIGADA, a vossa luta não foi em vão!
Cabe-nos agora a nós dar voz a todas as mulheres que ainda são subjugadas, maltratadas e àquelas que ainda vêem negados os seus direitos.
"Uma em cada duas mulheres assassinadas, são mortas pelo seu companheiro".
SIM - 59,25%
NÃO - 40,75%
"Um referendo é um momento onde somos chamados a pronunciarmo-nos directamente sobre um assunto específico da nossa vida em comunidade. Um momento raro em que dizemos aos políticos como queremos que a nossa comunidade funcione. Dia 11 deste mês somos chamados a pronunciarmo-nos sobre a despenalização do aborto. Já o tínhamos sido, como se recordam, em 1998. E recordam-se também certamente do que aconteceu: a abstenção massiva deu a vitória ao Não. Porque os portugueses não aproveitaram esse momento raro e preferiram não se pronunciar sobre a matéria."
(...)
"Passados 9 anos temos uma segunda oportunidade. A questão é se vamos continuar a assobiar para o lado e fingir e ignorar uma realidade de discriminação social e um problema de saúde pública que afecta milhares de pessoas ou assumir uma atitude responsável para a resolução do problema.
Faz algum sentido que as nossas mães, irmãs ou filhas sejam julgadas e presas por optarem interromper uma gravidez que não querem levar até ao fim? Isto faz algum sentido? Não acredito que faça.
A decisão de fazer um aborto nunca é tomada de ânimo leve e o dever do Estado é ajudar e apoiar a mulher a ponderar as suas opções, e no caso dela optar pela interrupção, de lhe facultar as condições seguras e condignas para o fazer.
Acredito que numa sociedade justa as escolhas morais e filosóficas se fazem na consciência de cada um."
Sandra Celas, actriz, in Jovens pelo Sim
"Henrique Couto, emigrado em França há um ano, tinha engravidado a mulher, Maria Teresa, seis semanas antes, durante uma visita a casa, em Vilar Formoso. A medicação para a tuberculose que ela tomava anulou o efeito da pílula. A preparar uma vida no estrangeiro, o casal teve de tomar uma decisão, para não hipotecar o seu futuro e o dos seus três filhos – o que Henrique ganhava na construção civil era já apertado para cinco, quanto mais para seis. Bateram à porta do Hospital da Guarda, a cerca de 40 quilómetros de sua casa, mas a resposta foi previsível: a lei não deixa.
Eram oito da noite quando Henrique e Teresa entraram em casa de uma enfermeira, na Guarda, que alguém lhes indicou. Com dificuldade, conseguiram reunir 300 dos 350 euros que a parteira pedia. Tudo ficaria resolvido em 20 minutos." (...) "Henrique correu para casa da enfermeira e encontrou Teresa deitada no chão do corredor, de olhos abertos. Morreu minutos depois, a caminho do hospital, com o útero perfurado e hemorragias vaginais e abdominais. Tinha 37 anos. Deixou um filho com 5 meses, outro com 15 anos e uma filha com 14."
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"«As mulheres da classe média e média-alta vão a Espanha, onde conseguem um aborto seguro e acessível (entre 350 e 500 euros). Mas as mais desfavorecidas viraram-se para os comprimidos», diz Maria José Alves. São essas mulheres mais pobres, ou muito jovens, que a obstetra atenda na MAC, todos os dias. «Chegam, geralmente, com abortos incompletos (retidos), depois de terem tomado os comprimidos em casa. Vê, assustadas, cheias de dores, com vómitos, diarreia, arrepios de frio». Segundo dados da Direcção-Geral de Saúde, o número de internamentos por abortos retidos disparou. na última década. Em 2005, foram internadas 3216 mulheres com este tipo de problema. Mais de 9600 entraram nos hospitais com complicações pós-aborto – embora nestes números estejam incluídos outros casos não decorrentes do universo clandestino, como os abortos espontâneos." (...) "«É usual chegarem aqui mulheres que tomaram 30 comprimidos», conta Manual Hermida, director do serviço de Obstetrícia do Hospital Garcia de Orta, em Almada." (...) "Foi o que aconteceu a uma adolescente que deu entrada no Hospital de Santa Maria, no final de 2005, depois de ter tomado 65 comprimidos de misoprostol. Estava grávida de 20 semanas. Não havia volta a dar às «extensas lesões vasculares do esófago e do estômago». Morreu, esvaindo-se em sangue, numa amálgama de dores. Tinha 14 anos."
Luís Ribeiro e Patrícia Fonseca, in Visão
"Eu acredito nas mulheres portuguesas, eu confio nas mulheres portuguesas e no seu sentido de responsabilidade pelo que não consigo ficar indiferente a todos os ataques dizendo que as mulheres não podem tomar sozinhas uma decisão que é sua, e que ninguém pode tomar por elas."
(...)
"A opção é de cada um, deixar tudo como está ou alterar definitivamente esta lei retrógrada, que nos coloca no fundo da lista da Europa nesta matéria. Nenhuma lei poderá alguma vez obrigar uma mulher a ser mãe contra a sua vontade. O que a lei deve fazer é promover uma escolha responsável e apoiar as mulheres nas suas decisões, quaisquer que elas sejam."
Joana Seixas, actriz, in Jovens pelo Sim
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