"Tanto quanto me lembro, ouço a minha mãe repetir a propósito de tudo: «Que mal fiz eu ao bom Deus para merecer uma filha?». Esta frase tornara-se o seu queixume favorito. Doía-me ouvi-la.
(...)
Nascer do sexo feminino numa família muçulmana, e além de tudo argelina, orientara o meu destino nos primeiros momentos de vida.
(...)
— Mamã, porque não gostas de mim?
A minha mãe lançou-me um olhar de desprezo.
— Atreves-te a fazer-me essa pergunta! Como se não soubesses por que razão as mães preferem os rapazes às raparigas — respondeu-me ela, convicta da evidência da resposta.
(...)
— Bem vês, Samia, as mães não gostam de ter filhas, pois estas só
(...)
Nos países muçulmanos e de forma acentuada na minha família, ter um rapaz era uma bênção e, obviamente, o nascimento de uma rapariga uma maldição. A rapariga muçulmana nunca conhece a autonomia. Permanece, durante toda a vida, sob a responsabilidade de um homem. Depende primeiro do pai e depois do marido. Representa, portanto, um encargo para os pais. Esta maneirade proceder transmite-se de geração em geração, e a menina muçulmana acaba por considerar-se a si mesma uma maldição. Eu era, portanto, a maldição da família na qual ocupava o lugar central, entre dois irmãos mais velhos e dois irmãos mais novos.
(...)
O meu pai era um rico industrial que fizera fortuna nos têxteis e se interessava igualmente pela restauração.
Amina era a minha única amiga. Os pais de Amina também eram imigrantes de origem argelina, mas constituíam uma família pobre. O pai trabalhava na recolha do lixo.
(...)
— Mamã, por favor, conta-me o meu nascimento!
— Não há nada a contar. Foi o pior dia da minha vida! — respondeu ela, num tom irritado.
(...)
Num dia em que me encontrava em casa da minha amiga, o pai levou-lhe uma linda boneca de longos cabelos louros que encontrara num contentor de lixo. A minha amiga sentiu-se tão feliz que se precipitou nos braços do pai.
(...)
— Por que razão nunca recebo presentes do pai? Podia comprar-me alguns, para me dar prazer.
— Te dar prazer? E tu, alguma vez deste prazer ao teu pai?
— Sim! Porto-me bem e obedeço-lhe.
— Sabes o que daria realmente prazer ao teu pai?
— Não! Diz-me, por favor?
— Que tu nunca tivesses nascido — declarou a minha mãe, maldosa. Naquele dia, decidi pedir uma boneca ao meu pai.
(...)
Quando entrei na sala, o meu pai tinha os olhos fechados, e a minha mãe, ajoelhada, lavava-lhe os pés. Não era aquele o melhor momento para me aproximar, pois ele podia enfurecer-se e bater-me.Voltei para o quarto, a fim de lhe escrever o meu pedido: «Papá, gosto muito de ti e gostava de ter uma boneca. És o melhor pai do mundo!» Em seguida, fui esconder a minha missiva debaixo do seu travesseiro. Naquela noite, adormeci na esperança de que o meu pai me oferecesse a tão almejada boneca. Pouco depois, a minha mãe entrou bruscamente no quarto.
— Foste tu que escreveste este bilhete?
— Fui — respondi eu, meio adormecida.
— Que pretendes?
— Peço uma boneca.
— Esqueceste-te de que o teu pai não lê francês? Talvez a menina queira menosprezar o pai, agora que sabe escrever?
— Não, mamã. Julguei que o pai soubesse ler várias línguas.
(...)
Certa manhã, fui acordada pelos gritos de alegria dos meus irmãos. Levantei-me de um pulo e dirigi-me para a cozinha, de onde provinham as vozes. Numa grande excitação, anunciaram-me que iam inaugurar o novo restaurante do nosso pai. Como também queria estar presente, voltei para o meu quarto, a fim de me preparar.
— Que estás a fazer? — interpelou-me a minha mãe.
— Estou a vestir-me para ir ao restaurante.
— Não, tu não vais; só os rapazes têm esse direito.
(...)
________
Ainda não tenho este livro, mas a vontade de o adquirir já é grande depois de ter lido o primeiro capitulo aqui.
Activistas espanhóis manifestaram-se em frente à arena de Pamplona. Esta manifestação acontece nas vésperas do festival de San Firmin que começa já amanhã em terras de nuestros hermanos.
Aqui ficam as imagens:
Fonte: G1
. Sites de referência
. *ABRA - Associação Bracarense de Apoio aos Animais
. *Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas
. *AMI
. *APAV - Associação Portuguesa de Apoio à Vitima
. *Associação Portuguesa de Estudos sobre as Mulheres
. *Biblioteca Virtual da Mulher
. *Child Rights Information Network
. *Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres
. *Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego - CITE
. *Convenção dos Direitos da Criança
. *Declaração Universal dos Direitos do Homem
. *Liga Portuguesa Contra o Cancro
. *O Ninho
. *Organizações não Governamentais de Direitos das Mulheres
. *PETA - People for The Ethical Treatment of Animals
. *Sociedade Protectora dos Animais
. *UNICEF
. Blogmania
. Blog ABC de Auxílio a Animais
. Diferentes... e excepcionais
. Kamangir
. Poesia do dia-a-dia. Animais no mundo
. Procura por mim (animais desaparecidos ou para adopção)
. Ser gay
. "Linkaram-me"
. Jovens defensores dos animais
. LavaFlow
. Rane
. Luta!
. Direitos dos animais: tou...
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